40 frases de Érico Veríssimo para quem ama apreciar a literatura nacional

O tempo faz a gente esquecer. Há pessoas que esquecem depressa. Outras apenas fingem que não se lembram mais.

Na minha opinião existem dois tipos de viajantes: os que viajam para fugir e os que viajam para buscar.

O fio que prende a sua fé deve ser do melhor aço e, portanto, resistente e ao mesmo tempo, flexível. Fé sem flexibilidade, fé sem dúvida pode acabar em fanatismo.

Acho muito perigoso um homem levar-se demasiadamente a sério.

Nenhum escritor pode criar do nada. Mesmo quando ele não sabe, está usando experiências vividas, lidas ou ouvidas, e até mesmo pressentidas por uma espécie de sexto sentido.

O que nos leva a escolher uma vida morna? A resposta está estampada na distância e na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença do bom dia, quase que sussurrados.

O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão.

Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente.

No fim de contas a vida é uma aventura. O essencial é ter coragem.

A vida vale a pena ser vivida apesar de todas suas dificuldades, tristezas e momentos de dor e angústia.

Desejando a Grande Paz, procurando Deus. Sim. Ele existia. Estava mais perto do que parecia. A vida não podia ser gratuita. Todo aquele sofrimento, toda aquela brutalidade, a luta feroz de todos os dias - eram coisas que não podiam deixar de ter uma finalidade.

Vive-se depressa, morre-se depressa, come-se depressa, ama-se depressa. É como se quiséssemos chegar o quanto antes a um ponto determinado. No fim veremos que não há nenhum objetivo sério.

Ninguém deve culpar-se pelo que sente, não somos responsáveis pelo que nosso corpo deseja, mas sim, pelo que fizemos com ele.

Para fugir ou para buscar. Os fugitivos cedo ou tarde descobrem que seus problemas são de natureza geográfica.

Será que um dia não vai haver mais em toda a Terra um lugar em que um homem possa ser dono pelo menos do seu nariz, dizer o que pensa, ter uma quota razoável de liberdade?

E a crise do mundo moderno não será principalmente a falta de amor?

Ora, acontece que a maioria de nossa população é acomodatícia, preguiçosa e vai se deixando levar.

O objetivo do consumidor não é possuir coisas, mas consumir cada vez mais e mais a fim de que com isso compense o seu vácuo interior, a sua passividade, a sua solidão, o seu tédio e a sua ansiedade.

Todos nós somos um mistério para os outros. E para nós mesmos.

Antes de Mussolini e Stalin já existiam as estrelas. E mesmo depois que eles tiverem passado, elas continuarão a brilhar.

É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da compreensão.

Como o tempo custa a passar quando a gente espera! Principalmente quando venta. Parece que o vento maneia o tempo.

Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.

Quem está com fome fica surdo até mesmo à voz de Deus.

Olha as estrelas. Enquanto elas brilharem haverá esperança na vida.

Cada governo escreve a História de acordo com as suas conveniências.

Nunca faltará um falso humanista para inventar uma teoria filosófica com o objetivo coonestar todas as monstruosidades cometida pelo "homem das cavernas".

A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos.

Cada um de nós tem nas suas mais remotas cavernas interiores um troglodita adormecido que, submetido a um certo tipo de estímulo, vem rapidamente à tona de nosso ser e se transforma num déspota totalitário capaz de todas as bestialidades.

Nada é sério mesmo, neste país. Quando alguém (...) adota uma solução final, irremediável, todos perdem a cabeça.

Quando os ventos de mudança sopram, umas pessoas levantam barreiras, outras constroem moinhos de vento.

Pois tenho fé na minha carreira, preciso me livrar da ideia horrorosa de que a vida é simplesmente esta luta sem recompensa... este... esta miséria... este ramerrão sem graça. Eu sinto que posso realizar alguma coisa.

Um ser humano não é uma moeda apenas, com verso e reverso. É um poliedro, com milhares de faces. E há milhares de maneiras de ver uma pessoa, um ato, um fato.

Ainda é o desejo de viver que nos leva para os romances.

O mais importante que existe sobre a face da terra é a pessoa humana. E surpreender o homem no ato de viver é uma das coisas mais fantásticas que existe.

A História não pode ser escrita apenas em preto e branco.

Me considero, antes de mais nada, um contador de histórias.

Quando falo em conquistar esse mundo, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, do espírito de cooperação.

Quando falo em aceitar a vida não me refiro à aceitação resignada e passiva de todas as desigualdades, malvadezas, absurdos e misérias do mundo. Refiro-me, sim, à aceitação da luta necessária, do sofrimento que essa luta nos trará, das horas amargas a que ela forçosamente nos há de levar.

A vida começa todos os dias. O mundo seria insuportável se as criaturas tivessem boa memória.